Enquanto Onyx encontra cabo eleitoral, Leite opta pela neutralidade

O deputado federal Onyx Lorenzoni (PL) venceu o primeiro turno das eleições ao governo do Estado impulsionado pelo seu maior cabo eleitoral: o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição.  E será ao lado dele que Onyx dá o pontapé na agenda de campanha do segundo turno. O candidato a governador postou na sua rede social, junto com Bolsonaro, um vídeo convidando para uma agenda na próxima terça-feira, em Pelotas, Zonal Sul, justamente na terra de seu adversário ao Palácio Piratini, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB).

O presidente e candidato também reforçou o convite num tom de provocação, mas descontraído. “Quero convidar todas as torcidas, em especial a do Brasil de Pelotas, que é meu time do coração”, disse Bolsonaro. O ato político ocorrerá nos pavilhões da Fenadoce, na tarde de terça-feira.

O Brasil de Pelotas é o time para o qual Leite torce. O tucano foi em sua rede social, na sexta-feira, e, sem mencionar nomes, e respondeu indiretamente à provocação. “O #tbt de hoje é na casa do meu querido Xavante, meu time de coração desde guri.”

A agenda de Onyx e Bolsonaro na terra do ex-governador não é uma mera coincidência. É, sim, uma estratégia: angariar votos de Leite para o deputado federal.  

Ex-governador Leite opta pela neutralidade

Em manifestação na manhã de sexta-feira, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) se posicionou sem se posicionar. Anunciou que não abrirá voto nem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem para o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Na nossa eleição, o meu lado só pode ser um lado: o lado do Rio Grande. E que fique muito claro: não se trata de ficar em cima do muro, muito pelo contrário, é para não permitir que ergam muros para dividir gaúchos de uns e gaúchos de outros”, argumentou Leite.

O anúncio foi cuidadosamente calculado tanto que o ex-governador, que costuma falar de improviso, leu o discurso até para não tropeçar em alguma palavra. Leite e seus aliados avaliaram que era melhor a neutralidade para redução de danos e, consequentemente, atrair votos da direita e esquerda. Cercado de tucanos, entre eles o governador Ranolfo Vieira Júnior, e de lideranças do MDB, como seu vice, deputado Gabriel Souza, Leite fez um discurso contundente e de críticas fortes ao seu adversário, Onyx Lorenzoni (PL). A  bandeira do Rio Grande ao fundo ganhou destaque e dará o tom da campanha do segundo turno, além do novo slogan: “O Rio Grande fala mais alto.”      

Embora o ex-governador conteste o “em cima do muro”, não há como fugir da expressão ao não tomar partido entre Lula e Bolsonaro.  É, claro, que neutralidade é uma palavra que soa mais bonita.

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